Prefeito de São Paulo assinou decreto para regular serviço de empréstimo de bicicletas na cidade. Tucano quer que morador da periferia também possa dormir com a bike em casa.
O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), assinou nesta quinta-feira (21) um decreto para regular o sistema de compartilhamento de bicicletas na cidade nos mesmos moldes que já faz com o serviço de caronas pagas, como o prestado pelo Uber.
O empréstimo de bicicletas será, então, ampliado, e poderá ser oferecido por diversas empresas, desde que elas cumpram a regras determinadas pela Prefeitura. Hoje, o serviço é oferecido apenas por duas operadores, patrocinadas pelos bancos Itaú e Bradesco.
Muitas das regras, como o preço máximo que poderá ser cobrado pelos empréstimos, ainda serão definidas pelo Comitê Municipal de Uso do Viário. A Prefeitura, porém, já adiantou as diretrizes que quer que as novas interessadas em prestar o serviço sigam. As principais demandas passam pela forma de pagamento e a devolução das bikes após o uso.
A gestão Doria vai exigir que todas as operadoras ofereçam a opção de pagar pelo empréstimo com o Bilhete Único. “Não será permitido que as empresas exijam que apenas quem tem cadastro bancário, a população ‘bancalizada’, possa ter acesso ao sistema”, justificou o secretário de Transportes, Sérgio Avelleda.
Bike em casa
A Prefeitura também quer que os moradores da periferia tenham a possibilidade de “dormir” com as bikes. Ou seja, que a devolução de um empréstimo possa ser feita apenas no dia seguinte, sem a cobrança de taxas. “Para chegarem do trabalho no final do dia, em um terminal de ônibus, encontrarem a bicicleta e terem ela para ir a sua casa e voltar no dia seguinte”, explica Avelleda.
Para Avelleda, o empréstimo prolongado permitirá uma maior integração com outros meios de transporte: "É difícil sair do Grajaú e vir para o Centro de bicicleta. Poucos tem a habilidade física para isso. Mas sair do Grajaú com destino ao Terminal Grajaú, para fazer sua primeira perna de bicicleta e a segunda no transporte público, é muito factível".
A preocupação com a questão dos furtos é pequena, segundo o secretário. "Os operadores atuais não têm uma grande reclamação com a questão do furto de bicicletas. Não é um problema muito elevado. Primeiro que as bicicletas são controladas remotamente por georreferenciamento", afirmou.
Distribuição e contrapartidas
A Prefeitura estima que, na primeira etapa de credenciamento, cerca de 10 mil novas bikes já sejam disponibilizadas para a população. A distribuição deste reforço é outra exigência da administração municipal, que quer espalhar a oferta de bikes pela cidade, em especial nas regiões periféricas, tirando o atual protagonismo do Centro e da Zona Oeste.
As futuras parceiras da Prefeitura terão que compartilhar dados com a Secretaria Municipal de Transportes, como a origem e o destino das viagens feitas com as bicicletas - a expectativa é que as informações sejam úteis para melhorar as rotas dos ciclistas. Em troca, as empresas poderão explorar a publicidade nas bikes, que terão design padrão, e nas estações - desde que respeitem a Lei Cidade Limpa.
Planos futuros
As operadoras atuais terão 180 dias para se adequar às novas determinações. Apostando no sucesso do novo formato, a gestão Doria já faz planos até mais ousados. Seguindo o exemplo da cidade chinesa Shenzhen, visitada pelo prefeito no fim de julho, a ideia é que as bicicletas possam ser pegas e devolvidas fora de estações em breve.
"Já está disseminado em várias cidades do mundo as bicicletas sem estação. Ela tem uma trava própria que você libera com a aproximação do seu celular, do aplicativo. Tem um QR code na bike, o sistema lê e libera a trava. Remotamente ela é liberada e você pode usar. Quando terminar a viagem, você trava a biclicleta e ela fica disponível para outro usuário", explica Avelleda.
O plano ainda não tem data para ser colocado em prática por conta da preocupação da Prefeitura com onde as bicicletas serão deixadas sem estações para guardá-las. "Nós teremos muito cuidado com isso para que as calçadas não sejam afetadas na sua acessibilidade, para que os pedestres não tenha diminuída a sua acessibilidade". Uma das alternativas estudadas, também espelhada na China, é delimitar áreas em que elas possam ser estacionadas.
As informações são do G1
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