Prefeitura diminuiu espaço para os carros e ampliou o de pedestres em rua que dá acesso à Estação Berrini da CPTM. Mudança agradou usuários de trem, mas não foi unânime.
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Prefeitura pintou faixas verdes em rua do Brooklin para dar mais espaço a pedestres (Foto: Will Soares/G1) |
A Rua Joel Carlos Borges, que dá acesso à Estação Berrini da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), na Zona Sul de São Paulo, tem nesta segunda-feira (25) o primeiro dia útil desde a implantação das faixas verdes que ampliaram o espaço para pedestres.
Pintadas pela Prefeitura na última semana como parte da Semana da Mobilidade, elas acrescentaram 1,5 metro de cada lado da rua para os pedestres – principalmente passageiros da Linha 9-Esmeralda - que, nos horários de pico, espalhavam-se pelo asfalto, junto aos carros.
O projeto foi o vencedor de um concurso de 2014 que propunha melhorias para os entornos de estações de trens. Carolina Guido, da Urb-i (Urban Ideas), uma das idealizadoras, conta que a rua foi escolhida por conta do "maior fluxo de pessoas", que exigia uma intervenção “mais urgente”. “As pessoas andavam no meio da rua”, explicou.
De acordo com ela, “a ideia das faixas verdes é fazer uma melhoria rápida e de alto impacto”. A pintura, porém, é temporária, a princípio. “A ideia é que fique em torno de 2 anos para que, nesse período, a gente entenda quais foram as adequações e como pode haver melhorias”, disse.
Segundo Guido, as faixas verdes são só a primeira de “várias melhorias” que serão feitas no entorno da Estação Berrini, como a ampliação da calçada em si, a instalação de bancos e a arborização da área.
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Fotos mostram como era antes (acima) e depois da faixa verde (Foto: WRI Brasil e Urb-i/Divulgação) |
Conforme informou a Prefeitura, a Rua Joel Carlos Borges inaugura um projeto batizado de “Rua Completa”, que deve ser estendido a outras vias no futuro. Esta foi a primeira faixa verde pintada sob a gestão de João Doria (PSDB). Durante o mandato de Fernando Haddad (PT), foram criadas duas: na Rua Galvão e na Avenida Liberdade, no Centro da cidade.
Novidade aprovada
A auxiliar de limpeza Laura Maria dos Santos, de 46 anos, trabalha em um dos prédios da Rua Joel Carlos Borges. Nas saídas que dá para fumar, costuma acompanhar a movimentação dos pedestres: “Você tá andando e, quando vê, o carro já tá em cima. Lógico que a gente não deveria andar no meio da rua, mas faltava espaço. É muita gente pra pouca calçada”.
Augusto Rocha, de 31 anos, é funcionário de uma empresa de telefonia do Brooklin, usa a Linha 9 da CPTM e passa pela rua todos os dias. Ele é outro que aprovou a novidade: “Muita gente saindo do mesmo lugar na mesma hora. No horário de pico complicava. As faixas deram uma ajuda”.
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Augusto Rocha passa na via diariamente e foi outro a aprovar iniciativa (Foto: Will Soares/G1) |
Não por todos
A iniciativa, no entanto, não agradou a todos. Sem espaço para os veículos estacionarem, Vitor Rocha, líder de equipe de um restaurante da rua, diz que o movimento caiu drasticamente. “Afetou bastante. Os carros paravam aí do lado para vir almoçar. Agora não tem mais lugar. Só estamos fazendo entrega, praticamente”, lamentou.
Para ele, que trabalha no estabelecimento há 12 anos, a pintura das faixas verdes "não foi uma coisa muito bem pensada". "É desnecessário isso aí. A calçada não é tão estreita. E mesmo com ela larga assim, eles [pedestres] ainda andam na rua", justificou.
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Implantação das faixas verdes desagradou Vitor Rocha, que viu movimentação de restaurante cair (Foto: Will Soares/G1) |
As informações são do G1
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