Projeto de portas em estações do Metrô se arrasta há 8 anos

Após mulher ser jogada nos trilhos, Metrô anunciou que vai retomar o projeto

Portas demoraram 6 anos para entrar em funcionamento no Metrô Vila Matilde | Foto: Márcio Neves/R7

Em 2010 o Metrô de São Paulo iniciou um projeto piloto para instalar portas na plataforma da estação Vila Matilde da linha 3-Vermelha, na zona leste de SP.

Na época o objetivo era justamente diminuir o número de acidentes e suicídios no Metrô.

O projeto também previa que o sistema de portas fosse instalado em outras 12 estações, o que até hoje não aconteceu.

“Pego o metrô nesta estação todos os dias, e no começo as portas ficavam abertas, aí funcionaram por um tempo e depois começaram a funcionar todo dia”, conta ao R7 o atendente Guilherme Santos Silva, 39.

Uma das empresas do consórcio faliu, então outra empresa assumiu a responsabilidade pela implantação do equipamento em 2012 e demorou quatro anos para entregar o sistema funcionando.

As portas da estação Vila Matilde só começaram a funcionar durante todo o horário de operação em abril de 2016. Pelo descumprimento do contrato, o Metrô aplicou uma multa de aproximadamente R$ 7 milhões nas empresas envolvidas.

Ontem, após a repercussão do caso da mulher que foi empurrada nos trilhos, o Metrô anunciou que está negociando um empréstimo com o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para retomar o projeto e instalar portas em algumas estações com maior demanda de passageiros nas linhas 1-Azul e 3-Vermelha.

A Companhia afirma que vai divulgar em breve detalhes desta negociação, mas ressaltou também que “em seus 43 anos de operação, a Cia do Metrô nunca registrou nenhum acidente que tenha sido provocado por falta de portas de plataforma ou qualquer outra barreira nas estações”.

O argumento do Metrô é incoerente com a proposta apresentada em 2010, mas a ideia do sistema de portas é bem aceita pelos passageiros do sistema.

“Vai aumentar a segurança, mas pode também ajudar a organizar as coisas ou até mesmo deixar tudo mais caótico em horários de pico”, pondera o psicólogo Nelson Arane, 27.

Atualmente, segundo passageiros que passam pela estação Vila Matilde diariamente, as portas têm funcionado normalmente.“Em algumas vezes o trem para um pouco fora do alinhamento, mas não acho isto um problema”, afirma o manobrista Adilson Silva, 35.

As informações são do R7