A Companhia Municipal de Transportes Coletivos - CMTC foi uma empresa responsável pela gestão e operação de linhas de ônibus em São Paulo entre os anos de 1946 até 1995 quando foi extinta
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Ônibus da CMTC - Créditos ao autor da imagem que é desconhecido |
O ano era 1946 e através do decreto 365 de 10 de outubro foi
criada a Companhia Municipal de Transportes Coletivos – CMTC com a missão de
operar e fiscalizar o transporte feito por ônibus na cidade de São Paulo. Em 12
de outubro de 1947 a prefeitura de SP transferiu todo o patrimônio da São Paulo
Tramway Light and Power Company Limited (então responsável pelo transporte
coletivo na cidade) para a companhia. O processo de transferência somente foi
oficializado em 1 de julho do mesmo ano, dando inicio as operações da CMTC.
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Ônibus da CMTC - Imagem de Acervo da SPTrans |
Uma das primeiras ações foi a implantação do sistema
trólebus que ocorreu em 1949, com veículos importados dos Estados Unidos e Inglaterra,
inaugurando a linha São Bento-Aclimação, que mais tarde seria a 408A. Também
são importados uma frota de 200 ônibus Twin Coach e um sistema de linhas de
bondes perimetrais começa a ser implantado com itinerários que não circulavam
pelo centro da cidade. A empresa nesta
época tinha sob seu comando 90% do
sistema.
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Serviço de Bonde que foi extinto em SP em 1968 - Imagem de Acervo SPTrans |
A CMTC foi responsável pela fabricação do primeiro trólebus brasileiro,
na contramão, a empresa desativa seu sistema de bonde em 1968, alegando que o
modal atrapalhava o trânsito, sendo
assim após 96 anos de funcionamento, o bonde era extinto na capital paulista.
O Declínio
Em 1975 o Metrô de SP passa a operar na cidade, a CMTC na
época tinha apenas 14% da frota sendo que em 1977, um decreto municipal dividiu
a cidade em 23 áreas de operação na qual empresas particulares contratadas pela
companhia ficariam encarregadas pelo transporte coletivo sobre ônibus em São
Paulo, enquanto as linhas circulares e diametral passariam a ser exclusividade
da CMTC.
Ainda na década de 70, a empresa começa a implantação do
plano sistran, que previa 1.280 trólebus e 280 km de rede aérea que se
juntariam aos 115 km existentes, com os veículos rodando em corredores
exclusivos. O plano começou a ser implantado de fato na década de 80 com a
implantação do sistema de transferência ônibus-trólebus construindo o terminal
da Penha e Vila Prudente.
Fofão
Durante o mandato de Jânio Quadros (1986-1988), em 8 de
setembro de 1987 foi colocado em circulação 11 ônibus de dois andares, eles circularam na linha 5111 no corredor
Santo Amaro. Em 1988 mais 26 unidades são integradas a frota (desta vez fabricadas pela Thamco Indústria e Comércio),
assim como os ônibus londrinos, todos foram pintados de vermelho. O ônibus
ganhou o apelido de fofão pelos operadores e passageiros, devido aos seus
cantos arredondados. A ideia de Jânio
não durou muito tempo, no governo seguinte de Luiza Erundina, os ônibus foram
descartados, entre as alegações, eram de que o veículo enroscava nos fios de
alta tensão.
Conheça mais sobre o Fofão em: Memórias do Transporte - Fofão: O ônibus de dois andares que São Paulo já teve
Conheça mais sobre o Fofão em: Memórias do Transporte - Fofão: O ônibus de dois andares que São Paulo já teve
Ônibus ''Fofão'' - Imagem: Autor desconhecido na garagem Santo Amaro (Guido Caloi) |
Os anos 90
Em 1991 é assinado a Lei-Municipal 10.950 que determinava a substituição
da frota de ônibus a diesel por veículos movido a gás natural por um prazo de
10 anos. No mesmo ano, entra em operação a primeira linha com entrada pela porta
dianteira à 805ª-Circular Avenidas. Em
25 de Julho do mesmo ano, é oficializada a municipalização dos transportes
coletivos de acordo com a lei número 11.037 aprovada pela Câmara Municipal.
Prejuízos
A CMTC entre os anos de 1989 e 1992 apresentou um prejuízo
anual de cerca de 500 milhões de dólares para os cofres públicos, sendo cerca
de 1,5 milhão de dólares por dia. Já no inicio de 1993 a empresa passa por um
processo de reestruturação com a extinção de diversos cargos e a demissão de aproximadamente
5000 empregados. No mesmo ano, a empresa ganhou uma nova administração, porém
suas condições junto ao sistema se tornaram precárias, o número de passageiros
transportados por dia caiu, e voltou a ser um peso significativo na remuneração
das empresas que foram contratadas e à partir deste ponto é dado início a
privatização por áreas de operação e manutenção da CMTC.
Privatização
Em 1993 através de três processos de licitação, são
transferidas a operação das garagens e a frota publica para empresas privadas.
No ano seguinte, o transporte coletivo de São Paulo passa a
ser operado por 47 empresas privadas. A CMTC é desativada em 8 de março de
1995, sendo substituída pela São Paulo Transportes – SPTrans que ficaria apenas
com o papel de gestão e fiscalização de todo o sistema sobre ônibus em São
Paulo.
Rede Noticiando
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